"Alguém certa vez disse que as histórias só ocorrem com aqueles que são capazes de contá-las.
Do mesmo modo, quem sabe, as experiências se apresentam àqueles que são capazes de vivê-las.”

(João Ubaldo Ribeiro)

A dança a dois


O que é?
A dança de salão é uma prática social, portanto, tem como característica básica o fato de poder ser praticada por qualquer pessoa e sem o domínio de um elevado nível técnico ou habilidade. Então dá pra chegar dançando? Sim. O essencial é ter musicalidade, o que faz com que os movimentos correspondam ao ritmo. Os passos acabam ficando em segundo plano, ainda que, para cada ritmo, exista uma base que a caracteriza e que deve ser respeitada.
Já alguns passos funcionam como uma espécie de "arroz com feijão", podendo acompanhar vários ritmos diferentes - estamos falando do bom e eterno "dois pra lá, dois pra cá", que cai bem em quase tudo.
Por outro lado, alguns ritmos não aceitam qualquer passo. É o caso da valsa e também do tango, que tem especificidades insubstituíveis - ainda que possam receber o "dois pra lá, dois pra cá", sua base tem formação própria, e bem diferente.

Quais os ritmos?
Entre os ritmos mais populares, estão o forró, que se divide basicamente em arrasta-pé, xote (o famoso "forró universitário") e vanerão; samba de gafieira; bolero; cha-cha-cha; salsa; lambada; fox-trot; valsa; tango; milonga, entre outros.
Estas são as danças de salão - não confunda com funk, dança do ventre, sapateado, ballet clássico, jazz e afins.

O par 
Também chamada "dança a dois", outra característica marcante desta dança é a formação de um par, sendo sempre um "cavalheiro" e uma "dama". Necessariamente? Sim. Porque cavalheiro e dama desempenham papéis bem distintos e complementares no momento da dança.

A tradição
Ainda sobre as peculiriadades desta dança, vale lembrar que, apesar de ser "para todos", trata-se de uma prática tradicional, ou seja, carrega regras que garantem sua originalidade. E, por incrível que pareça, as adaptações ao longo dos séculos foram poucas. Talvez isto ajude a explicar porque existe por aí a ideia de que a dança de salão é algo ultrapassado, cafona, para os velhos. E é mesmo com os idosos que moram boa parte dos valores que esta dança propõe: o cavalheirismo. (um dia falaremos somente sobre ele).

Etiquetas
Também compõem a dança a dois uma série de comportamentos que começam no jeito próprio de se convidar uma dama para a dança, como adentrar o salão e como/quando deixá-lo, além da maneira de se deslocar entre os demais casais.

Comece!
Ao longo dos dias, falaremos de cada um destes tópicos, detalhadamente. Para quem quer dar o primeiro passo mas não sabe como: o importante é ter vontade e a certeza de que vai aprender. Embora cada um evolua numa velocidade muito própria, é certo que todos são capazes de alcançar. Além disso, lembre-se que, para tudo na vida, a segurança é algo que só a experiência pode dar.

Boa dança!


Amanda Reis - jornalista
junho/2011
* O uso de parte ou de todo o texto não é permitido sem a devida autorização da autora

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