"Alguém certa vez disse que as histórias só ocorrem com aqueles que são capazes de contá-las.
Do mesmo modo, quem sabe, as experiências se apresentam àqueles que são capazes de vivê-las.”

(João Ubaldo Ribeiro)

A dança da acessibilidade


O acesso ao sonho; a sensibilidade que gera força; o caminho possível; o corpo vivo. A dança, em sua infinita variedade, provoca e aconchega, juntas, na pausa entre o risco à frente e o prazer
Estamos falando daqueles que não podem sentir todas as possibilidades de movimentação do corpo, ou fazer uso de todos os sentidos, mas que podem explorar tantos outros caminhos - muitos dos quais, aliás, nós nunca seremos capazes de conhecer.
A dança de salão permite que dois corpos somem numa mesma peça - móvel e ritmada. E, se o contato corporal gera segurança, aconchego e parceria, as chamadas pessoas com deficiência são as que mais propriedade possuem para desvendar uma lista de sensações extensa - e rica.
Não precisamos falar das demonstrações de habilidade presenciadas por aí e chamadas de 'superação' com grande entusiasmo pelos que narram o que apenas enxergam e pouco entendem, já que dançar é natural do homem, não importa como. Porém, se é inevitável buscar referências de impacto, citamos o que para os leigos já deve ter sido lembrado: a famosa cena do tango de Al Pacino no filme Perfume de Mulher (veja aqui), que garantiu o primeiro Oscar de sua carreira ao interpretar um cego.
Mas, não é preciso emocionar-se com cenas de cinema ou apresentações pontuais vistas na televisão. Experimente dançar com uma criança que está aprendendo a dar seus primeiros passos. Ou com um idoso que já usa pouco seus pés. 
A experiência está aberta a todos! 
Eis um grande motivo pelo qual sou apaixonada pela dança a dois: ajuda mútua, conhecimento do outro, de suas limitações e facilidades, equilíbrio adquirido somente quando dois conseguem ceder e se dispor, a mágica que só acontece quando a cumplicidade é alcançada.
Enfim...experimente! O salão está chamando todos! 

Para ilustrar nosso papo, um vídeo que gosto muito:



Amanda Reis - jornalista
março/2012

* O uso de parte ou de todo o texto não é permitido sem a devida autorização da autora


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