"Alguém certa vez disse que as histórias só ocorrem com aqueles que são capazes de contá-las.
Do mesmo modo, quem sabe, as experiências se apresentam àqueles que são capazes de vivê-las.”

(João Ubaldo Ribeiro)

Quadrilha é dança de salão, sim, sinhô!!!!!


Sempre que me perguntam "mas, o que é dança de salão?", gosto de exemplificar com a quadrilha. Costumo repetir que a dança de salão é uma dança de par, sendo um cavalheiro e uma dama; e, acima de tudo, uma dança social, ou seja, todos podem participam, como acontece na quadrilha. 

O exemplo facilita a compreensão porque muitos jamais arriscaram um bolero ou sabem o que é o fox-trot ou a milonga, mas quase todos já entraram na dança da quadrilha durante as brincadeiras das festas juninas. 

Assim, a quadrilha não só é uma dança de salão como contribui muito para difundi-la, afinal, pouca gente se recusa a brincar, quase ninguém sente-se tímido e o clima festeiro envolve público de todas as idades, numa grande roda - olha aí outra forte característica da dança de salão: ser um espaço para todas as idades.

Pois bem...nossos agradecimentos à quadrilha, por levar bebês e vovôs para os salões, ainda que seja uma brincadeira sazonal. A alegria da dança pode não ter hora para acabar!


SAIBA MAIS SOBRE A QUADRILHA:

Histórico
Originada das danças rurais da Inglaterra entre os séculos XIII e XIV, a chamada "country dance" foi difundida na Europa depois da transferência cultural da Inglaterra com a França durante a Guerra dos Cem Anos.
Nos salões dos palácios franceses, passou a ser chamada "contredance" pela nobreza, e ganhou adeptos em toda a Europa a partir do século XVIII, quando finalmente ficou conhecida como "quadrille" (por ser dançada por dois pares).
Por volta de 1820 - lembrando que a família real portuguesa aqui chegou em 1808 - a quadrilha chega ao Brasil por meio da elite imperial, que adota a dança para abrir os bailes da corte.
Do formalismo aristocrático dos salões para os requebros da plebe. O ritmo das quadrilhas caiu logo no gosto popular e atingiu todo o Brasil, ganhando novas evoluções e instrumentos musicais (entre outros: sanfona, triângulo e zabumba), passando a ser praticado nas festas juninas.
As marcações originais da dança, em francês, foram aportuguesadas para o que chamaram “matutês”, dada a influência do linguajar matuto, que transformou "en avant tout" em "anavantu" e "en arrière" em "anarriê", entre muitos outros.
A dança original não contava com alegorias como “Olha a chuva! É mentira!”, nem com os personagens do casamento, atualmente associados à quadrilha.


Amanda Reis - jornalista
junho/2012
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